terça-feira, 11 de novembro de 2008

Contrafacção de medicamentos: Medidas de segurança são «muito apertadas» em Portugal


O sistema de controlo que visa acautelar a entrada de medicamentos contrafeitos no mercado português é «muito bom» e «provavelmente, o melhor da Europa», considera um dos directores de segurança da multinacional farmacêutica Pfizer, David Shore.
Em entrevista ao jornal “Público”, o antigo especialista da Scotland Yard explicou que apesar de não existirem dados concretos para o volume de medicamentos ilegais que invadem o país, as medidas de segurança em Portugal, nomeadamente ao nível das regras de embalagens, são «muito apertadas». Ainda assim, Shore alerta para o facto de Portugal não estar imune a falsos medicamentos e deixa o aviso: «Portugal ainda não encara [os medicamentos contrafeitos] como um grande problema».Neste contexto, o tráfego de armas ou droga continua a merecer maior atenção, como acontece em muitos países, apesar de os medicamentos contrafeitos constituírem um problema maior. Quando alguém toma uma droga, referiu, sabe quais serão os efeitos e tem a noção de que pode haver consequências negativas.Por seu turno, no que concerne aos medicamentos, os doentes pensam estar a adquirir produtos legítimos, de que frequentemente precisam para sobreviver — quando, na verdade, estão a comprar um produto com as doses erradas de substância activa ou que, simplesmente, não produz qualquer efeito.Mas, como em qualquer actividade de contrabando, não existem números exactos. Mas, segundo assegura Shore, existem «milhares de pessoas a morrer» na Europa devido ao consumo de medicamentos contrafeitos. E o problema é que quando alguém doente morre, raramente o médico pensa que a causa pode ser um medicamento falsificado.

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