sexta-feira, 26 de março de 2010

Não importa a morte... o 'prof' até era louco!

Brilhante, brilhante texto, de facto. Merece mesmo ser lido e divulgado.
Texto de : Ricardo Miguel Vasconselos

Segundo os jornais 'Público' e 'i', o professor de Música que se suicidou a 9 de Fevereiro deste ano, parou o carro na Ponte 25 de Abril, em Lisboa, e atirou-se ao rio Tejo. No seu computador pessoal, noticiam os dois diários, deixou um texto que afirmava: 'Se o meu destino é sofrer, dando aulas a alunos que não me respeitam e me põem fora de mim, não tendo outras fontes de rendimento, a única solução apaziguadora será o suicídio', disse o licenciado em Sociologia.

O 'i' coloca o 9B no centro deste caso, escrevendo que os problemas do malogrado professor tinham como foco insultos dentro da sala de aula, situações essas que motivaram sete participações à direcção da escola, que em nada resultaram.
E à boa maneira portuguesa, lá veio o director regional de Educação de Lisboa desejar que o inquérito instaurado na escola de Fitares esclareça este caso. Mas também à boa maneira deste país, adiantou que o docente tinha uma 'fragilidade psicológica há muito tempo'.
Só entendo estas afirmações num país que, constantemente, quer enveredar pelo caminho mais fácil, desculpando os culpados e deixar a defesa para aqueles que, infelizmente, já não se podem defender.
É assim tão lógico pensarmos que este senhor professor, por ter a tal fragilidade psicológica, não precisaria de algo mais do que um simples ignorar dos sete processos instaurados àquela turma e que em nada deram? Pois é. O 'prof' era maluco, não era? Por isso, está tudo explicado.
A Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL), à boa maneira portuguesa, colocou psicólogos na tal turma com medo que haja um sentimento de culpa. E não deveria haver? Não há aqui ninguém responsável pela morte deste professor? Pois é, era maluco, não era?
José Joaquim Leitão afirmou que os meninos e meninas desta turma devem ser objecto de preocupação para que não haja traumas no futuro. 'Temos de nos esforçar para que estas situações possam ser ultrapassadas. Trata-se de jovens que são na sua generalidade bons alunos e que não podem transportar na sua vida uma situação de culpa que os pode vir a condicionar pela negativa', afirmou.

Toca a tomar conta dos meninos e meninas porque não pode haver um sentimento de culpa. É verdade! O 'prof' era louco, não era?
Não estou a dizer que haja aqui uma clara relação causa-efeito. Mas alguma coisa deve haver. Existem documentos para analisar, pessoas a interrogar, algumas responsabilidades a apurar. Por isso, neste 'timing', a reacção da DREL é desequilibrada. Só quem não trabalha numa escola ou não lida com o ambiente escolar pode achar estranho (colocando de lado a questão do suicídio em si) que um professor não ande bem da cabeça pelos problemas vividos dentro da sala de aula em tantas escolas deste país.
Não se pode bater nos meninos, não é? Os castigos resultantes dos processos disciplinares instaurados aos infractores resultam sempre numa medida pedagógica, não é? Os papás têm sempre múltiplas oportunidades para defenderem os meninos que não se portaram tão bem, não é? É normal um aluno bater no professor, não é? É normal insultar um auxiliar, não é? É normal pegar fogo à sala de aula ou pontapear os cacifes, não é? É normal levar uma navalha para o recreio, não é? É também normal roubar dois ou três telemóveis no balneário, não é? E também é normal os professores andarem com a cabeça num 'oito' por não se sentirem protegidos por uma ideia pedagógica de que os alunos são o centro de tudo, têm quase sempre razão, que a vida familiar deles justifica tudo, inclusive atitudes violentas sobre os colegas a que agora os entendidos dão o nome de 'bullying'?
De que valem as obras nas escolas, os 'Magalhães', a educação sexual, a internet gratuita ou os apelos de regresso à escola, uma espécie de parábola do 'Filho Pródigo' do Evangelho de São Lucas (cap.15), se as questões disciplinares continuam a ser geridas de forma arcaica, com estilo progressista, passando impunes os infractores?

Só quem anda longe do meio escolar é que ficou surpreendido com o suicídio do pequeno Leandro ou com o voo picado para o Tejo do professor de Música. Nas escolas, antigamente, preveniam-se as causas. Hoje, lamentam-se, com lágrimas de crocodilo, os efeitos. O professor era louco, não era? Tinha uma clara fragilidade psicológica, não tinha? Pobre senhor. Se calhar teve o azar de ter que ganhar a vida a dar aulas e não conheceu a sorte daqueles que a ganham a ditar leis do alto da sua poltrona que, em nada, se adequam à realidade das escolas de hoje.


MAFRA ENTRE OS MUNICÍPIOS COM MELHOR ÁGUA PARA BEBER



Quando abrimos a torneira, queremos estar seguros de que obtemos água fiável e de elevada qualidade. Este é o objectivo fundamental dos sistemas de abastecimento de água: proporcionar aos consumidores água de qualidade, que não apresenta riscos para a saúde e que tenha um sabor e aspecto agradáveis.

Portugal apresenta índices elevados de qualidade da água para consumo humano no abastecimento público. Das 600 000 análises realizadas pelas entidades gestoras dos serviços de abastecimento de água, mais de 97% cumprem os requisitos definidos na legislação, garantindo a qualidade da água que chega à sua torneira.
O abastecimento público de água é realizado por cerca de 400 entidades, entre câmaras municipais, serviços municipalizados, juntas de freguesia, empresas municipais e intermunicipais e empresas privadas que exploram as concessões municipais, multimunicipais e intermunicipais.
Entre as entidades gestoras destaca-se o Grupo Águas de Portugal (AdP) por abastecer mais de 73% da população portuguesa (7,82 milhões de habitantes). Em parceria com os Municípios, as empresas de gestão de água para consumo do Grupo AdP são responsáveis pela captação, o tratamento e a distribuição de água com os mais elevados níveis de exigência, reconhecido pelas principais entidades reguladoras do sector como motor para a melhoria da qualidade da água para consumo humano.
Desde 1993 que a qualidade tem evoluído de forma positiva, com a percentagem de água controlada e de boa qualidade a passar dos 50% para mais de 97% nos últimos 15 anos. Esta tendência de melhoria é suportada nos factos verificados em 2008:

  • Todas as entidades gestoras dispõem de programas de controlo da qualidade da água;
  • Em média, mais de 99% das análises exigidas por lei são realizadas;
  • Em média, 97,62% dos valores paramétricos são cumpridos

Da leitura dos dados oficiais, verifica-se que quase toda a população portuguesa abastecida pelos serviços públicos dispõe de água de boa qualidade e que esta não constitui uma ameaça para a saúde humana. Mesmo nas situações de incumprimento (2,4%) há um acompanhamento constante da situação não só pela entidade gestora responsável, mas também pela ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Abastecimento de Água e Resíduos) e pelas autoridades de saúde, não existindo evidências de que estes incumprimentos se tenham traduzido num aumento de casos associados a doenças transmitidas pela ingestão de água.

A melhor água para beber

Independentemente da entidade responsável pelo abastecimento na sua localidade de residência, esta deve assegurar o controlo da qualidade da água que chega à torneira dos munícipes.
Comparando os dados das entidades gestoras que abastecem os 53 concelhos com mais de 50 000 habitantes, em 2008 verifica-se que a média global de cumprimento dos valores paramétricos da qualidade da água é de 99,34%, marcadamente superior à média nacional referida. Os cinco municípios que se destacam pela maior percentagem de cumprimento dos parâmetros de qualidade são:

  • Cascais
  • Lisboa
  • Mafra
  • Torres Vedras
  • Seixal