Clica na foto para ver os pormenores está linda.
sábado, 30 de junho de 2007
sexta-feira, 29 de junho de 2007
domingo, 17 de junho de 2007
sexta-feira, 15 de junho de 2007
Fim do banco
A idade vai comendo a vida.
Vai ratando o futuro, e nós (eles) a verem.
Acorda-se com um dia a menos, e adormece-se com um dia a mais.
O calendário vai-nos mudando o corpo.
Vai-nos empurrando as costas, para a queda ser pequena.
Os velhos sabem de cor o chão.
Como quem sabe que está quase a chegar lá.
Desde que perdi a minha avó, que ganhei o respeito por quem mora no terceiro andar da idade.
Perde-se para ganhar
.E assim foi.
Emociona-me.
Que vida inteira pode ser sentada sozinha, num banco de jardim?
Com a idade, nunca escolhem o meio, sempre o fim do banco.
Em crianças, ter-se-iam sentado na outra ponta?
E deixam-se estar.
Respiram como podem.
Os olhos já não procuram nada.
Já viram tudo.
Vão guardando o passado em rugas, para libertar a cabeça.
Em que pensam?
Na morte?
Os velhos não vivem.
Deixam-se viver.
Os filhos já tem a vida deles, não os querem.
Tem de ir viajar e fazer compras para o jantar."O pai tem estado bem? Então vá, um beijinho."Picaram o ponto, e para eles está feito.
Os novos choram com o corpo todo, gritam e fazem caras de quem sofre.
Os velhos choram só com os olhos, que o resto não se vê.
E assim o fazem, no fim do telefonema.
Ninguém os quer com as doenças cheias de idade.
As mãos da idade cheiram a tudo, com as veias cansadas de mostrar o sangue a toda a gente.
As pernas vão perdendo caminho.
Os braços deixam de abraçar.
O coração começa a falhar, já bateu demais mesmo para quem amou pouco.
Vai-se esquecendo de bater.
E uma noite, sem avisar, desaprende.
Desliga os olhos e atira o corpo para o fim.
Ocupam agora o banco todo.Do principio ao fim, todo ele é corpo.E os filhos, cansados de telefonar, resmungam.
Morreram oitenta e dois anos, e nem mais um dia.A cidade não pára, o mundo não interrompe, nada.
Os filhos enterram vinte anos, e guardam os outros sessenta e dois.
Os últimos vinte davam trabalho e de pouco valiam.Não tem vagar para os guardar.
Mas de hoje em diante, esses vinte vão acordá-los todos os dias.
Até se deitarem sozinhos no banco que os vai deitar.
Está muito bom, retirei do blog do Bruno Nogueira , só espero que não fique chateado.
Vai ratando o futuro, e nós (eles) a verem.
Acorda-se com um dia a menos, e adormece-se com um dia a mais.
O calendário vai-nos mudando o corpo.
Vai-nos empurrando as costas, para a queda ser pequena.
Os velhos sabem de cor o chão.
Como quem sabe que está quase a chegar lá.
Desde que perdi a minha avó, que ganhei o respeito por quem mora no terceiro andar da idade.
Perde-se para ganhar
.E assim foi.
Emociona-me.
Que vida inteira pode ser sentada sozinha, num banco de jardim?
Com a idade, nunca escolhem o meio, sempre o fim do banco.
Em crianças, ter-se-iam sentado na outra ponta?
E deixam-se estar.
Respiram como podem.
Os olhos já não procuram nada.
Já viram tudo.
Vão guardando o passado em rugas, para libertar a cabeça.
Em que pensam?
Na morte?
Os velhos não vivem.
Deixam-se viver.
Os filhos já tem a vida deles, não os querem.
Tem de ir viajar e fazer compras para o jantar."O pai tem estado bem? Então vá, um beijinho."Picaram o ponto, e para eles está feito.
Os novos choram com o corpo todo, gritam e fazem caras de quem sofre.
Os velhos choram só com os olhos, que o resto não se vê.
E assim o fazem, no fim do telefonema.
Ninguém os quer com as doenças cheias de idade.
As mãos da idade cheiram a tudo, com as veias cansadas de mostrar o sangue a toda a gente.
As pernas vão perdendo caminho.
Os braços deixam de abraçar.
O coração começa a falhar, já bateu demais mesmo para quem amou pouco.
Vai-se esquecendo de bater.
E uma noite, sem avisar, desaprende.
Desliga os olhos e atira o corpo para o fim.
Ocupam agora o banco todo.Do principio ao fim, todo ele é corpo.E os filhos, cansados de telefonar, resmungam.
Morreram oitenta e dois anos, e nem mais um dia.A cidade não pára, o mundo não interrompe, nada.
Os filhos enterram vinte anos, e guardam os outros sessenta e dois.
Os últimos vinte davam trabalho e de pouco valiam.Não tem vagar para os guardar.
Mas de hoje em diante, esses vinte vão acordá-los todos os dias.
Até se deitarem sozinhos no banco que os vai deitar.
Está muito bom, retirei do blog do Bruno Nogueira , só espero que não fique chateado.
Algumas palavras
Mas o que é isto, esqueceram-se "lá em cima" que já estamos, praticamente ,no verão?
Só chuva….
Já chega.
Não tenho tido muito tempo para actualizar este espaço.É que são dois pequenitos a precisar de muita atenção, e eles merecem.
É tão bom à noite, depois de um dia de trabalho em que nos apetece sentar e descansar um bocadinho, ouvir os pequenitos,um a dizer:- Pai vem jogar um bocadinho comigo PES, o outro :-Anda jogar à bola.O que apetece é dizer agora não , mas aquelas vozinhas, não dá para dizer não...
Só chuva….
Já chega.
Não tenho tido muito tempo para actualizar este espaço.É que são dois pequenitos a precisar de muita atenção, e eles merecem.
É tão bom à noite, depois de um dia de trabalho em que nos apetece sentar e descansar um bocadinho, ouvir os pequenitos,um a dizer:- Pai vem jogar um bocadinho comigo PES, o outro :-Anda jogar à bola.O que apetece é dizer agora não , mas aquelas vozinhas, não dá para dizer não...
sábado, 2 de junho de 2007
Subscrever:
Mensagens (Atom)